Povo Pataxó

Povo PATAXÓ

“Pataxó é água da chuva, batendo na terra, nas pedras, e indo embora para o rio e o mar.”

Os Pataxó são índios que vieram dos pingos de chuva. Segundo o mito de origem, os Pataxó teriam caído na terra para serem felizes, para plantar, pescar, cuidar e proteger a natureza, aprender com os velhos os segredos da terra e ensinar para as crianças. Protegidos por TXOPAI e ITOHAN possuem uma ligação forte com a água, elemento regente de sua s vidas e que está sempre presente nos seus Rituais, em especial, na Festa das Águas.


Origem Pataxó:

Txopai




Marcos históricos

O povo Pataxó são índios originários do sul da Bahia e, devido a conflitos e a lutas políticas, acabaram por se mudar para Minas Gerais. O assim-denominado Massacre de 51, junto com a implantação do Parque Monte Pascoal na área anteriormente ocupada pelos Pataxó, causaram grandes impactos na moradia e alimentação dessa população através da proibição da caça, pesca, coleta e plantio. Após o Massacre de 51, quando os mesmos tiveram de fugir do seu território em Barra Velha em busca de sobrevivência, houve uma modificação de grandes proporções na base territorial e familiar da aldeia. O cenário ocorrido no litoral da Bahia teria pressionado o movimento de migração de famílias Pataxó para outros lugares do Brasil em busca de sobrevivência, dentre eles, o município de Carmésia.

O território da atual Reserva Pataxó de Carmésia sediou uma antiga Fazenda de nome Guarani pertencente ao Coronel português Magalhães. A Fazenda Guarani ocupava uma extensa área que abastecia o povoado que viria a se tornar o atual município de Carmésia. Após a morte do português e por inadimplência dos responsáveis pela propriedade, a mesma foi doada para o Estado. Durante três anos teria sido usada pela Polícia Militar como base para treinamento anti-guerrilha. No início da década de 1970, o Estado teria doado para a FUNAI a fazenda que primeiramente foi ocupada pelas etnias Krenak e Guarani vindas de Resplendor-MG. Existem relatos que declaram que dentre essas etnias, poderiam ser encontrados alguns representantes dos Maxacali e Pataxó. Entretanto, os Krenak e Guarani não gostaram das terras e retornaram para os seus antigos territórios.

Assim, paralelo ao estabelecimento da Colônia Penal Indígena de posse militar – instituída no município mineiro de Carmésia ainda na época na qual os Krenak ainda se encontravam na região, chegaram os primeiros Pataxós, bem como membros de outros povos indígenas .

Com o fim da Colônia Penal, a instituição do órgão FUNAI e a saída dos outros povos do município de Carmésia, as famílias Pataxó que ali habitavam iniciaram a formação de seu território e de sua trajetória cultural e política no município de Carmésia, sob a tutela da FUNAI.

No mesmo momento em que a Reserva Indígena Pataxó em Carmésia foi demarcada nos anos 90, conhecida como Fazenda Guarani, foram instituídas também três aldeolas: A Aldeia Sede, Aldeia Imbiruçu e a Aldeia Retirinho.